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"Estamos Perante uma Revolução Industrial"

21 jul 2022Notícias

"Estamos Perante uma Revolução Industrial"

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"Estamos Perante uma Revolução Industrial"

Em exclusivo à Fibrenamics, José Manuel Ribeiro, Presidente do Conselho de Administração da LIPOR, dá resposta a várias questões sobre a potencialidade da circularidade dos resíduos e produtos, gerados pelos vários setores industriais.

1. De acordo com a Comissão Europeia, o Novo Plano de Ação para a Economia Circular é um importante passo para alcançar o objetivo de neutralidade climática até 2050. Estaremos perante uma nova revolução industrial?

A questão é que temos de estar perante uma nova revolução industrial. Os habituais e ainda predominantes, padrões de desenvolvimento não são compatíveis com uma sociedade que se preconiza sustentável, com indústrias eficientes em termos de utilização de recursos e com governos que pretendem ser inclusivos, “leaving no one behind”. Um desenvolvimento assente nos princípios de uma Economia Circular por um lado, exclui a produção de resíduos e de poluição e por outro, tem em vista a manutenção dos materiais no ciclo produtivo durante mais tempo.

2. O mesmo plano afetará os seguintes setores: eletrónica e TIC, baterias e veículos, embalagens, plásticos, têxteis, construção e edifícios e, por fim, alimentos. No caso da indústria transformadora, considera que a mudança de utilização de matéria-prima virgem por matéria reciclada poderá contribuir diretamente para o aumento do custo de operação e, por consequência, diminuir a competitividade das empresas nacionais tanto no mercado interno como externo?

O objetivo é que seja precisamente o contrário, que a utilização de materiais reciclados possa ser um fator de competitividade das empresas, ao mesmo tempo que também contribui para uma menor dependência e substituição da utilização das matérias primárias e uma diminuição de emissões de gases com efeito de estufa. Temos já muitos bons exemplos de negócios que foram criados tendo por base a recuperação de resíduos e sua incorporação em produtos, mas também empresas que diversificaram o seu portfólio de produtos e serviços, conhecemos empresas que passaram a vender serviços ao invés dos seus produtos e outras que apostaram em práticas de reutilização e de reparação, projetando a extensão do ciclo de vida.

Fig.1 - Instalações da LIPOR.

3. Quais são os principais desafios colocados à LIPOR, em matéria de gestão de resíduos, por parte das empresas?

O principal desafio da LIPOR é continuar o nosso percurso na concretização da nossa missão: “Transformar resíduos em novos recursos pela implementação de práticas inovadoras e circulares, gerando e compartilhando valor”. Desta forma, consolidamos um posicionamento que se reflete pela criação de valor ao longo de todo o ciclo produtivo, alicerçado na visão do “resíduo” como “recurso”. Esta abordagem, bem como as práticas de circularidade implementadas, permite à LIPOR fomentar os ciclos contínuos de materiais.

Mas ainda queremos ir mais longe: Desenvolvemos a nossa atividade no sentido de passarmos de uma gestora de resíduos a gestora de recurso, para mais recentemente, repensamos o modelo de negócio para uma produtora de produtos.

4. De que forma considera que as universidades e os centros de investigação em Portugal, poderão ajudar as empresas a alcançar a neutralidade climática até 2050?

As universidades e os centros de investigação já estão a fazer a sua parte, desde logo investindo na procura de soluções mais limpas, recorrendo a métodos que permitam a introdução de soluções mais sustentáveis, a testes que comprovem a eficácia da utilização de materiais alternativos e os exemplos não se esgotam. No fundo, é ajudar a fechar o ciclo. É esta aproximação entre as universidades e centros de investigação e empresas que tem vindo a ser reforçada e que traz múltiplos benefícios para ambos.

Um grande contributo que pode ser dado está relacionado com reforçar os currículos nestes domínios técnicos, dotando os jovens, futuros profissionais, de competências relevante para apoiar o setor público e privado na transição para uma economia mais circular e neutra em carbono.

 

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