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10 Anos de Evolução Tecnológica

20 dez 2021Notícias

10 Anos de Evolução Tecnológica

10 Anos de Evolução Tecnológica

10 Anos de Evolução Tecnológica

Artigo de opinião de João Bessa, Technology Manager na Associação Fibrenamics.

Nunca a ciência e a tecnologia evoluíram tanto como nos últimos anos. É o que comprovam os dados de investimento em inovação, quando em 2019 Portugal contabilizou 2 987 milhões de euros de investimento em investigação e desenvolvimento (I&D), o equivalente a 1,4% do PIB. Estes valores ganham particular relevância sobretudo quando comparados com os registados em 2005, quando o valor desta despesa, distribuída pelos setores público e privado, pouco excedeu os 1 000 milhões de euros. Naturalmente, estes indicadores refletem uma tendência global generalizada, para a aposta na inovação. Para isso, vários fatores têm dado o seu contributo, como é o caso da globalização, a redução de custos ou a necessidade do aumento da produtividade.

Numa era dominada pelo recurso e acesso à internet, claramente deixamos de viver como comunidades isoladas, muito dependentes de recursos locais, e passamos a encarar o mercado como uma “aldeia global”, do qual todos fazem (ou devem fazer) parte, com uma oferta muito mais diversificada, proporcionando oportunidades de expansão de mercado. Esta grande mudança de paradigma veio promover uma maior competitividade, a partir da qual se torna, portanto, continuamente emergente, o desenvolvimento de produtos através de soluções disruptivas, como meio de sobrevivência. Desta forma, e aliada a esta consequência, naturalmente que a busca pela redução de custos e aumento de produtividade, decorrentes da automação e otimização de processos tecnológicos, assumem um papel decisivo. De facto, não há dúvida que a evolução científica e tecnológica verificada desde que entrámos no novo milénio tem sido significativa, ocorrendo por vezes a uma velocidade alucinante. Mas será que sempre evoluímos no caminho certo, ou da forma mais eficaz?

A gíria popular diz-nos que “a pressa é inimiga da perfeição”, e isso pode porventura tornar pouco eficientes alguns dos processos de inovação que, invariavelmente, procuramos despoletar. Neste sentido, penso que há duas variáveis fundamentais para o sucesso desta equação: uma criteriosa análise de tendências, e um mindset orientado para o objetivo final desde o início do processo à sua concepção. A análise e definição de tendências à priori, torna-se muito importante para perceber os níveis de maturidade de determinados conceitos tecnológicos a explorar e, considerando as necessidades do mercado, assim antecipar os principais problemas a que será necessário dar resposta nos próximos anos. Por outro lado, é igualmente fundamental que o mindset para o desenvolvimento de produtos e soluções inovadoras esteja, desde logo, orientado para o mercado e para o utilizador, ou seja, para os principais responsáveis pelo retorno económico dos mesmos. Essa terá sido, outrora, uma das lacunas no desenvolvimento do conhecimento científico, o facto de o mesmo se encerrar como um fim, capaz apenas de gerar produção científica, e não como um meio para proporcionar à sociedade os frutos do mesmo. A partir daqui, tornou-se evidente o propósito da Fibrenamics, no desenvolvimento do conhecimento, ao longo da sua história, assente no lema “From Science to People”.

Neste sentido, para o sucesso deste caminho, ganha dimensão aquilo que é muitas vezes designada como a “investigação colaborativa”, uma vez que em diversos setores de desenvolvimento existem múltiplos atores envolvidos, que têm de ser escutados. Assim, a chave do sucesso assenta, sobretudo, na capacidade de compreender as verdadeiras necessidades do mercado, e a partir daí traçar o caminho inverso até à definição dos critérios e áreas de desenvolvimento científico e tecnológico que melhor permitirão atingir esse fim.

Claro está que, para isso, também continuarão a ser fundamentais os programas de financiamento para a promoção deste espírito empreendedor. Depois do H2020, aproxima-se o Horizon Europa, que, na voz de Carlos Moedas, enquanto Comissário Europeu, pretende ser “o mais ambicioso programa europeu de pesquisa e inovação de todos os tempos em 2021, moldando o futuro para uma economia europeia forte, sustentável e competitiva, beneficiando todas as regiões da Europa.“

Nunca a ciência e a tecnologia evoluíram tanto como nos últimos 10 anos. E neste domínio, sem dúvida que o papel da Fibrenamics, no contexto nacional e internacional, não deixou de ter a sua relevância, sobretudo, como um exemplo na transferência de conhecimento.

Que os próximos 10 anos nos continuem a propiciar novos caminhos para o desenvolvimento tecnológico pois, “enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar”.

 

 

João Bessa, Technology Manager na Associação Fibrenamics.

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