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“A tecnologia de impressão 3D tem os dias contados”
Fibrenamics debateu o futuro tecnológico e as oportunidades de inovação para o tecido empresarial português na segunda edição das Ignite Sessions.
O Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, encheu-se esta quarta-feira, 28 de novembro, para ouvir falar de tecnologia e novos materiais nas áreas de Desporto, Mobilidade, Saúde e Arquitetura. Um debate entre empresas de renome no panorama nacional “incendiado” pelos especialistas da Plataforma Fibrenamics que apresentaram ideias e inovações resultantes da investigação levada a cabo pela unidade de Intelligence da Plataforma Internacional da Universidade do Minho.
O Diretor da Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologias de Produção de Aveiro Norte, Martinho Oliveira, foi um dos oradores convidados e abordou a utilização do 3D no futuro. Segundo o docente, a maioria das tecnologias de fabrico aditivas acabaram por tornarem-se erroneamente conhecidas como impressão 3D enquanto esta, em específico, é apenas uma das ferramentas e já está em processo de desuso. “A tecnologia de impressão 3D tem os dias contados” rematou Martinho Oliveira, existindo outras que estão a fazer o seu caminho ascendente como é o caso do Robocasting ou Direct Ink Writing (DIW) que se utiliza de uma base líquida para a manufatura dos produtos, por outro lado também há a Fused Filament Fabrication (FFF) que parte de uma base sólida. Este tipo de equipamento é também o mais difundido, por isso, o Docente destaca que possivelmente é a tecnologia que tem mais espaço para o desenvolvimento num futuro próximo.
O painel principal que contou com Carlos Carvalhal, Cofundador da Lacatoni e treinador de futebol, Nuno Sampaio, Diretor da Casa da Arquitectura; Francisco Alves, Diretor Executivo de Aeronaves e Motores da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal (Grupo Embraer) e Júlio Silva, Product Development Manager na Orthos XXI, resultou numa animada conversa entre os intervenientes sobre o que de melhor e mais inovador já está a ser feito em Portugal nos setores do Desporto, Saúde, Mobilidade e Arquitetura.
Para Carlos Carvalhal o desenvolvimento tecnológico nos equipamentos desportivos tem incidido sobretudo no aumento e eficiência do movimento, prevendo-se que o próximo passo esteja na comunicação e transmissão de dados. O treinador frisou ainda que o lado comercial do setor também tem impactado a evolução dos equipamentos, estando muito do seu design e caraterísticas técnicas dependentes do interesse do público. “Antigamente o equipamento desportivo, por exemplo, era justo ao corpo mas como esse ajuste dificultava a comercialização para o grande público, teve que voltar a ser adaptado”, conclui.
Já na aviação o maior desafio atual está na legislação. Segundo Francisco Alves existem diversas tecnologias que estão já em produção para possibilitar descolagens e aterragens verticais, com autonomias de cerca de 300km e que prometem solucionar o caos do trânsito nas grandes cidades a baixo custo. No entanto, e sem legislação, este aumento de aeronaves estaria a operar num espaço aéreo sem “estradas ou semáforos”.
Com uma forte componente prática e de networking, as Ignites Sessions vão continuar a transferir conhecimento da Universidade para as empresas até 2019 e são uma das iniciativas da Fibrenamics para apoiar a inovação empresarial. A Plataforma já agrega mais de 300 parceiros e foi recentemente reconhecida pela União Europeia como um caso de estudo neste domínio.